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quarta-feira, 28 de agosto de 2013

VINDA DE MÉDICOS CUBANOS, entrevista com Dr Petrônio


1. Dr. Petrônio, que pensa a respeito da contratação de médicos estrangeiros para trabalharem no Brasil? Sendo médico e filiado ao PT, o senhor não se sente dividido?
  • Dr. Petrônio: O momento atual do governo da presidenta Dilma, é o de maior contribuição para avanço da construção do SUS no país, este sistema não é propriedade do PT, ele representa a reforma sanitária no Brasil e visa cuidar da saúde das pessoas e não simplesmente cuidar de doentes, tenho concordância plena com as ações do governo federal. Sem nenhum vacilo corporativista.
     2. A vinda de médicos cubanos não constituiria uma real ameaça à sua categoria, que vem batalhando por condições de trabalho e salariais mais justas?
    Dr. Petrônio: O Brasil tem um déficit importante de médicos, as ações do “mais médicos” enfrenta este problema que é de todos nós, não existe ameaça a categoria médica, o que não existe ainda é uma política nacional desprecarizante dos vínculos do SUS (para quase todas as categorias), este assunto no entanto é pauta do governo e do ministério da saúde.
     3. Que nos diz respeito do exercício da medicina em Cuba? Temos o que temer?
    Dr. Petrônio: Obvio que não, Cuba é um país pequeno e que sofre um bloqueio cruel há dezenas de ano, e ao mesmo tempo apresenta números extremamente qualificados Na educação e na saúde, inclusive bem superiores ao do nosso Brasil.
    4. Que achou das reações contrárias, manifestadas na forma de vaias e de protestos feitas por profissionais do Ceará?
    Dr. Petrônio: lamento muito a atuação de algumas entidades médicas controladas geralmente por especialistas que não atuam no SUS, principalmente por desinformar os jovens estudantes de medicina e estimula-los ao preconceito irracional.


     5. Os profissionais brasileiros parecem ter um preparo inferior. No último revalida, venezuelanos tiraram em primeiro lugar, cubanos em segundo e brasileiros em sexto lugar. Por que, tendo o Brasil melhores condições e acesso à tecnologia, consegue resultados inferiores?
    Dr. Petrônio: os estudantes formados nas escolas federais tem excelente desempenho, a formação técnica destas escolas é muito boa, falta, no entanto o foco social, e a preparação para a compreensão da atenção primaria com ênfase na prevenção de doenças e na promoção da saúde!! 
     6. Ricardo Palácios, também médico, disse; "[...] a pior ameaça que os cubanos representam é que podem dar certo. Porque os cubanos podem demonstrar que a população não necessita de grandes hospitais de alta tecnologia, mas de médicos acessíveis que estejam ao seu lado." Concorda com isso, Dr. Petrônio?
    Dr. Petrônio: o sistema baseado na medicina básica, que rompe com os interesses das indústrias de medicamente e de equipamentos, é à base do próprio SUS o que coincidem com a formação da medicina cubana.

     7. Que acha das condições a que vêm submetidos os médicos cubanos?
    Dr. Petrônio: O governo brasileiro fez um convenio de cooperação com o governo cubano, com regras claras e tradicionais ( mais de 50 países tem algum tipo de convênio com Cuba), não sei os detalhes, mas vejo os médicos cubanos trabalhando com convicção e satisfeitos com sua profissão.

     8. Os médicos cubanos são famosos pelo trabalho no campo da medicina preventiva. Cada médico, em Cuba, seria responsável por apenas 160 pessoas. Como eles poderão repetir essa mesma façanha no Brasil, uma vez que terão bem mais pacientes?
    Dr. Petrônio: os cubano e os demais estrangeiros não vem fazer milagres , eles vem contribuir na construção do SUS no Brasil, com certeza com muito mais identificação que a média dos profissionais Brasileiros!

Um comentário:


  1. Muito boa entrevista, sincera, consistente e aponta o principal lado médico contrário ao MAIS MÉDICOS, os especialistas que não atuam no SUS!

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