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domingo, 25 de agosto de 2013

EM QUE A SUA RELIGIÃO LHE CONVÉM? - Ricardo Dantas


“Você é um ímpio!” “Um satanista (não confundam com Santista, torcedor do glorioso SANTOS)!” “Herege!” “Ateu!” “Desviado!” “De casta inferior!” “A escória!” Quanto ódio! Quantos julgamentos! Quanta leviandade! O ser humano tende a criticar a ação do próximo embasado em uma falsa moral, em uma promessa que o faz achar ser superior, “a vida eterna”...

“Os macacos querem respostas, os macacos sabem que vão morrer. Então os macacos fazem deuses e os adoram.” Este trecho da poesia DANCE MONKEYS, DANCE de Ernest Cline, define bem a lógica envolta sobre o ego humano (ou seriam macacos?!). Os humanos são egoístas o suficiente para não aceitarem a sua imperfeição. Não admitem que suas vidas sejam falhas, cheios de desvios de moral, de práticas contraditórias e hipócritas.  Entretanto, os seres humanos tendem a buscar a perfeição, através da imagem de “DEUSES”.  Ora, se os “deuses” e seus DOGMAS são criações dos próprios seres humanos, não seriam eles também frutos da imperfeição?

“A minha religião não permite que eu transe antes de casar!” “A minha religião permite que eu tenha dúzias de mulheres!” “A minha religião acredita em vários ‘deuses’!” “Meu ‘deus’ é o autor do bem e do mal!” “O meu ‘deus’ só atende ao meu povo!” “A minha religião dita o meu destino!” “Através da minha religião tenho contato com o ‘além’!” “A religião é o ópio do povo!” Em que a sua religião lhe convém? Quais os dogmas que cabem no seu caráter? Onde a sua imperfeição é mascarada?

É fácil criticar! É fácil julgar! O difícil é entender o porquê do ser humano se manifestar desta forma, buscando em seu narcisismo falho uma resposta para seus anseios.  Seria relativamente simples se a questão “religião” cessasse somente nas críticas umas contra as outras.  Mas a realidade mostrou, mostra e mostrará que se impor em querer eleger a melhor religião, geralmente é um “motivo” para iniciar uma guerra, uma guerra contra o terror, uma guerra santa...

Entretanto, quem é religioso, quem pratica a religião em sua plenitude, conhece o lado “branco” da força! A filantropia realmente é praticada (em algumas religiões).  Indivíduos se tornam irmãos pela causa! O desejo em pregar o amor, a esperança, a comunhão, estão presentes nos propósitos de felicidade e harmonia.  Todavia, o ser humano persiste em atrelar tais manifestações a “DEUSES” e DOGMAS, em uma constante busca por submissão e penitência em seus atos.  O ser humano é incapaz de assumir que pode ser altruísta sem depender de um suporte divino.

Eu tenho minha religião! Eu acredito na força mais poderosa que existe! A NATUREZA!

“Que os anjos digam amém!”



* Ricardo Dantas, biólogo e escritor autor do romance MEIA PATA -  ricardopapillon@hotmail.com

Um comentário:

  1. Poeta, vejo profundidade na questão
    É um tema delicado, místico, polêmico, sem domínio ao tratarmos da questão.
    Graças ao livre arbítrio, do que
    convém o entendimento individualista, seja em DEUSES, DOGMAS ou A NATUREZA
    O ser racional é único, ilhado a sua compreensão e a sua razão.
    A minha religião convém: o Cristo ressuscitado.

    Jadson Umbelino

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