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sábado, 9 de junho de 2012

POESIA TAMBÉM SANGRA - Nelson Silva


Quero rasgar o mundo com palavras.
A faca quente há de sair de entranhas doces,
pois estranhas são as entranhas ácidas.
Quero sorrir mesmo dentes sãos,
pois são os dentes que nos impedem de ver por dentro.
Não distinguo os seres em internos e externos,
viu Freud?
A vida é cinza como a massa que nos move.
E dessa, todos temos.
Hei de gritar que poesia também sangra,
hei de lutar contra o choro fácil que rola no cinema,
mas que foge da pobreza exposta em rua.
Formamos jovens frágeis que choram por vampiros e
vampirizam os jovens vampirizados pela vida.

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