O NOSSO FORRÓ
Já não se vê nos salões
Nosso forró genuíno
Clamo ao povo nordestino
Honrar nossas tradições.
Não aceite imitações
Ouça Petrúcio e Dió
Flávio lá de Bodocó
Gonzagão e Marinez;
Estão querendo de vez
Sepultar nosso forró.
Escute um xote de pinto
Azulão e mestre Zinho
Santana e Jorge de Altinho,
Não deixe o forro extinto.
Ouça um Côco de Jacinto
Desses que levanta o pó
Escute João Mossoró
Em todo dia do mês;
Estão querendo de vez
Sepultar nosso forró.
Na sua festa junina
Se quiser um clima bom
Convide o mestre Marrom
Com zabumba e concertina.
Pelos salões de Campina
Quero ver um ritmo só
E Deda abrindo o gogó
Cantando com altivez;
Estão querendo de vez
Sepultar nosso forró.
Quero um São João genuíno
Sem sertanejo e axé
Tocando Flavio José
Para o povo nordestino.
Na poeira um dançarino
Dançando qui nem jiló
E o contratante sem dó
Pagando bem os cachês;
Estão querendo de vez
Sepultar nosso forró.
Hélio Crisanto
É forró que tem suor
ResponderExcluirlamparina com poeira
dançador de bicicleta
sobe qualquer ladeira
vem honrar a tradição
dentro do coração
carrega moça faceira
ela olha a cumeeira
no quarto já escondida
esperando pelo noivo
que prometeu a guarida
naquela noite de lua
vontade de ficar nua
e ser chamada querida
ajudada pela amiga
sobe no bagageiro
no declive da ladeira
o pedal corre ligeiro
nessa hora tem Baião
pé de valsa no salão
acompanha o sanfoneiro
o pai corre ligeiro
procurando a filha amada
o galo canta de lá
e a mãe desesperada
disseram: ela fugiu
a janela se abriu
foi dormir escancarada