sexta-feira, 6 de junho de 2025

O NOSSO FORRÓ - Hélio Crisanto

 


O NOSSO FORRÓ


Já não se vê nos salões

Nosso forró genuíno

Clamo ao povo nordestino

Honrar nossas tradições.

Não aceite imitações

Ouça Petrúcio e Dió

Flávio lá de Bodocó

Gonzagão e Marinez;

Estão querendo de vez

Sepultar nosso forró.


Escute um xote de pinto

Azulão e mestre Zinho

Santana e Jorge de Altinho,

Não deixe o forro extinto.

Ouça um Côco de Jacinto

Desses que levanta o pó

Escute João Mossoró

Em todo dia do mês;

Estão querendo de vez

Sepultar nosso forró.


Na sua festa junina

Se quiser um clima bom

Convide o mestre Marrom

Com zabumba e concertina.

Pelos salões de Campina

Quero ver um ritmo só

E Deda abrindo o gogó

Cantando com altivez;

Estão querendo de vez

Sepultar nosso forró.


Quero um São João genuíno

Sem sertanejo e axé

Tocando Flavio José

Para o povo nordestino.

Na poeira um dançarino

Dançando qui nem jiló

E o contratante sem dó

Pagando bem os cachês;

Estão querendo de vez

Sepultar nosso forró.


Hélio Crisanto

Um comentário:

  1. É forró que tem suor
    lamparina com poeira
    dançador de bicicleta
    sobe qualquer ladeira
    vem honrar a tradição
    dentro do coração
    carrega moça faceira

    ela olha a cumeeira
    no quarto já escondida
    esperando pelo noivo
    que prometeu a guarida
    naquela noite de lua
    vontade de ficar nua
    e ser chamada querida

    ajudada pela amiga
    sobe no bagageiro
    no declive da ladeira
    o pedal corre ligeiro
    nessa hora tem Baião
    pé de valsa no salão
    acompanha o sanfoneiro

    o pai corre ligeiro
    procurando a filha amada
    o galo canta de lá
    e a mãe desesperada
    disseram: ela fugiu
    a janela se abriu
    foi dormir escancarada

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