sexta-feira, 28 de outubro de 2016

BRASIL: PIADA NO EXTERIOR - Nailson Costa


BRASIL: PIADA NO EXTERIOR

O Brasil tem cara de bunda
Isso é fato, público e notório
No mapa de refeitório
Que no prato do gringo abunda
Natural ou de silicone feita
Comida sem muito pudor
Na mesa do opressor
País de má fama e desfeita
Esse cartaz um dia a gente ajeita
Brasil: piada no exterior!

Carnaval, samba e futebol arte
Rebolado e álbuns da Seleção
Hoje é tudo esculhambação
E sujeira por toda parte
Até igreja já virou seita
Bandido de paletó é pastor
Coronel, prefeito, doutor
Que se aplaude e o povo aceita
Esse cartaz um dia a gente ajeita
Brasil: piada no exterior!

É pena que assim seja
Essa fama que se aprofunda
Político nos mostrando a bunda
Em qualquer lugar que esteja
Nação que não se respeita
Na alta corte superior
Deputado, juiz, senador
O país pro mundo é suspeita
Esse cartaz um dia a gente ajeita
Brasil: piada no exterior!

domingo, 23 de outubro de 2016

A PEDRA DO TENDÓ - Nailson Costa



Essa pedra é na Serra do Teixeira, alto Sertão da Paraíba, e faz referência a uma lenda segunda qual uma pessoa caíu e ficou presa e morreu. Então, ainda hoje se ouve gritos de pedidos de socorro. Tem dó, ou pedra que geme. Pense numa paisagem linda!!!! Vale a pena turistar por lá! - Nailson Costa


A PEDRA DO TENDÓ 

EIS QUE A PEDRA DO TENDÓ
NO SERTÃO DA PARAÍBA
NA SERRA , BEM LÁ EM RIBA
DA ALTA DO ROCOCÓ
FOI TÃO LINDA POR DEUS DESENHADA
ESSA PEDRA QUE GEME FERIDA
A AUSÊNCIA DA PRESENÇA ESQUECIDA
QUE SE LEMBRA DA FENDA CALADA
E CHAMA AQUELA SERRA À MORADA
DAS MAIS BELAS PAISAGENS DA VIDA!



Nailson Costa




sexta-feira, 21 de outubro de 2016

- que mal fiz à palavra - Theo Alves



- que mal fiz à palavra -
que mal
fiz eu
à palavra
para que ela me negue
assim
seu corpo
suas fendas
seus ossos?
que mal
fiz eu
à palavra
para que ela me negue
assim
sua solidão
seus estratagemas
seu ofício?
que mal
fiz eu
à palavra
para que ela interrompa
assim
meu sono
meus dias
meu silêncio?
que mal
fiz eu
à palavra
para que ela
assim
se vingue?

Crônica ao Sol - Cecília Nascimento


Crônica ao Sol

Estou farta! Olho a folha em branco: é a primeira coisa que penso em escrever. Estou exausta! As muitas cores me entontecem Logo eu que sempre fui marrom, preta ou cinza. Logo eu que sempre fui silêncio, mistério e calmaria. Logo eu que sempre calei por fora o que gritava por dentro. Justo eu... Decidi, por fim, me pintar. Joguei uma cor na minha face, meus cabelos refletiram a mudança. Joguei cor na minha pele, que a cada flash multicoloria. Joguei uma cor nas minhas palavras, que antes só pintava de melancolia... Nessas em especial, joguei luz, mil tons de ousadia.
Eu lembro que noutro tempo já fui multicor, embora cá fora ninguém tenha notado minha rebeldia, ela sempre esteve aqui dentro, censurando meu aparente estado centrado, minha aparente apatia diante das coisas que disfarçava não perceber. Vieram, porém, os invernos, e minha em alma choveu constantemente, tanto, que encharquei meu coração de dores incomunicáveis, as mesmas que povoaram meus escritos por anos e cá estão iniciando um novo compor, pois, como disse, estou farta...
Tornei-me a moça sem cor, do sorriso expansivo e do olhar tristonho, sempre à margem de qualquer ambiente, sempre à margem de qualquer decisão. Deixei que decidissem que cor eu usaria não somente nos meus cabelos e unhas, mas na alma... E como se isso aparentemente me custasse menos do que custaria enfrentar os conflitos, deixei que escolhessem todo o resto por mim. Nem a última palavra a mim me coube. Apenas o silêncio me pertencia. Assim fui sendo forjada: à ferro, fogo e marretada. Quem olhava de longe, não me percebia, quem de perto, se aproveitava...
Mas um dia, sonhei com o Sol e Ele iluminou dentro de mim sonhos há muito esquecidos, então, estremeci. Não sabia como fugir. Todas as noites, um pedaço despedaçado desse coração era iluminado e eu percebia o quanto havia deixado de mim pelos outros, outros que já nem caminham mais comigo...
Após meses de angústias, decidi abrir a janela; na verdade, uma pequena fresta. Mas foi suficiente para trazer a lume toda uma existência vivida em segredo, nos conflitos da timidez, e uma vida timorata decidiu ousar pela primeira vez. Ninguém acreditou quando eu acordei. Eram tão tímidos aqueles primeiros passos, quantos quiseram dissuadir-me, mas eu prossegui. Resistência e resiliência tornaram-se minhas palavras de ordem e uma busca quase incansável pelo amor próprio teve início. Ainda não o encontrei, mas cada postagem, cada verso, cada flash é a tentativa de encontrá-lo dentro de mim, em alguma parte ainda oculta e obscura do meu coração coadjuvante.
Em momentos de lapso olho no espelho e não reconheço essa face, essas cores, esse brilho que minhas feições adquiriram... Mas noutras ocasiões, sinto que sempre fui e sempre serei a mesma pessoa de sempre, cheia de positividade, outrora mal aproveitada, mas hoje tentando se reencontrar e se reencantar com a vida.
Nesse percurso me canso diversas vezes, como hoje, que estou farta de lutar. Mas algo me diz que esse Sol que um dia perturbou meus sonhos ainda me iluminará muitas boas novas, que por mais que o velho pessimismo queira me convencer de desistir, algo latente dentro de mim insiste em pagar pra ver. Vamos nessa!

Cecília Nascimento
16/10/2016, 17h57min.




NINGUÉM PODE APAGAR O QUE JÁ FIZ TRABALHANDO NO MUNDO DO CORDEL


NINGUÉM PODE APAGAR O QUE JÁ FIZ
TRABALHANDO NO MUNDO DO CORDEL
Marciano Medeiros
Na ribalta das rimas sou lembrado
Conhecido na terra potiguar,
Não pretendo jamais me pabular,
Por fazer um esforço redobrado.
Agradeço a meu Deus, pai adorado,
Que aos poucos me fez um menestrel,
Hoje posso de forma tão fiel,
Traduzir a cultura do país:
Ninguém pode apagar o que já fiz
Trabalhando no mundo do cordel.
Conheci Ivanildo Vila Nova
Grande gênio no mundo do repente;
E Raimundo Caetano inteligente,
Que cantando bonito sempre inova.
A TV Cabugi está de prova,
Ajudando a cumprir o meu papel,
Pois a vida da gente é carrossel,
Destes bardos virei um aprendiz:
Ninguém pode apagar o que já fiz
Trabalhando no mundo do cordel.
Publiquei na Luzeiro meu trabalho:
Vida e Morte do bravo Lampião.
De São Paulo saiu para a nação,
A lembrança virou um doce orvalho.
Prossegui meu roteiro sem atalho,
Superando a inveja tão cruel,
As palavras caíram como mel,
Apontando sublime diretriz:
Ninguém pode apagar o que já fiz
Trabalhando no mundo do cordel.
Nem um ser é capaz de nomear
Quem decide buscar luz e talento,
Sempre peço a meu Deus conhecimento
Para os monstros da vida superar.
Hoje digo daqui do meu lugar,
Que o palácio da rima é meu hotel,
Fiz da serra onde moro um bom quartel,
Não preciso de mais pra ser feliz:
Ninguém pode apagar o que já fiz
Trabalhando no mundo do cordel.

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quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Sopros de poesia... - Francisca Araújo


Sopros de poesia...

Se o peito não pode calar as respostas
As nossas são francas, meu bem, por estima...
E os sonhos que temos estão sempre acima
De todas as coisas e causas propostas.

Em cada poema que nos aproxima
As mais inspiradas versões estão postas,
Também, nos refrões das canções já compostas
Eu sinto o seu verso cifrar minha rima!

O peito um do outro palpita e suspira...
São dois batimentos ao som dessa lira
Na mesma cadência pra Deus orquestrar!

Não há repertório que imite os arcanjos,
Porém, os seus beijos têm tantos arranjos
Que só nos seus lábios consigo tocar!

Francisca Araújo
20/10/2016

sábado, 15 de outubro de 2016

AOS IRMÃOS E AMIGOS PROFESSORES - Hélio Crisanto


PROFISSÃO DESPREZADA E ESPINHOSA É A NOBRE MISSÃO DO EDUCADOR


HOMENAGEM EM VERSOS AOS PROFESSORES - Bráulio Bessa

Tenho fé e acredito na força do professor!

Um guerreiro sem espada
sem faca, foice ou facão
armado só de amor
segurando um giz na mão
o livro é seu escudo
que lhe protege de tudo
que possa lhe causar dor
por isso eu tenho dito
Tenho fé e acredito
na força do professor.

Ah... se um dia governantes
prestassem mais atenção
nos verdadeiros heróis
que constroem a nação
ah... se fizessem justiça
sem corpo mole ou preguiça
lhe dando o real valor
eu daria um grande grito
Tenho fé e acredito
na força do professor.

Porém não sinta vergonha
não se sinta derrotado
se o nosso pais vai mal
você não é o culpado
Nas potências mundiais
são sempre heróis nacionais
e por aqui sem valor
mesmo triste e muito aflito
Tenho fé e acredito
na força do professor.

Um arquiteto de sonhos
Engenheiro do futuro
Um motorista da vida
dirigindo no escuro
Um plantador de esperança
plantando em cada criança
um adulto sonhador
e esse cordel foi escrito
por que ainda acredito
na força do professor.

Bráulio Bessa

sexta-feira, 14 de outubro de 2016

INSPIRAÇÃO... - Francisca Araújo


INSPIRAÇÃO...

Pelos traços do corpo da viola
Toda noite o meu verso te procura
Quando toca na face do papel
Deslizando por toda partitura...
Ao delírio das notas dedilhadas,
Invasor das intensas madrugadas,
Toda rima se entrega sem recusa.
Cada tom de sonante melodia,
Se debruça no colo da poesia,
Embalando canções para uma musa!

Francisca Araújo

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

A pobreza gritou fora PT! Sem saber que gritou fora pobreza! - Zé de França

Independentemente de nossa postura política, estamos diante de duas expressões artísticas grandiosas:

Hoje o povo calado não mais nota
Que caiu na jogada duma rifa,
Quem pediu uma escola padrão "FIFA "
Conseguiu uma escola padrão "FROTA"
Num jantar pra elite o Temmer bota 
Um discurso de corte de despesa
E a despesa que teve aquela mesa
Quem pagou a despesa foi você ,
A pobreza gritou fora PT!
Sem saber que gritou fora pobreza!

Para meus irmãos - Marise Mamede


Para meus irmãos

Quem te chamou?
Menino divino dos azuis espaços!
Quem te pensou?
Menina materna das mãos de fada!
Quem te ornou?
Menina de lida e palavras exatas!
Quem te lançou?
Menino do mundo e de ombros erguidos!
Quem te idealizou?
Menino liberto e de complexa face!
Quem te captou?
Menina de ideias e olhares múltiplos!
Quem te criou?
Menina de risos e sutis cantares!
Quem te modelou?
Menina andarilha de formas e cores!
E tu menina?
Quem te elaborou?
Quem te doou o dizer?
Quem te propôs a continuidade do sonho?